terça-feira, 22 de janeiro de 2013

São Vicente de Zaragoza

São Vicente é um dos três grandes diáconos que deram sua vida por Cristo. Junto com Lourenço e Estevão Corona, Laurel e Vitória formam o mais insigne triunvirato. Este mártir celebrado por toda a Cristandade encontrou sua panegirista em Santo Agostinho, São Leão Magno e Santo Ambrósio.

Vicente descendia de uma família consular de Huesca, e sua mãe, segundo alguns, era irmã do mártir São Lourenço. Estudou a carreira eclesiástica em Zaragoza, ao lado do bispo Valero, quem por sua falta de facilidade de expressão, o nomeou primeiro diácono para supri-lo na sagrada cátedra.

Paralelamente, o imperador Diocleciano havia decretado uma das mais cruéis perseguições contra a Igreja, e que foi aplicado por Daciano na Espanha. Os cárceres, que estavam reservados antes para os delinqüentes comuns, logo se encheram de bispos, presbíteros e diáconos. Ao passar Daciano por Barcelona, sacrifica São Cucufate e a menina Santa Eulália. Quando chega a Zaragoza, manda deter o bispo e seu diácono, Valero e Vicente, e transferidos a Valência. Ali ocorreu o primeiro interrogatório. Vicente responde pelos dois, intrépido e com palavra ardorosa.

Daciano se irrita, manda Valero ao desterro, e Vicente é submetido à tortura do potro. Seu corpo é desgarrado com unhas metálicas. Enquanto o torturavam, o juiz intimava o mártir à abjuração.

Vicente rejeitava, indignado, tais oferecimentos. Daciano, desconcertado e humilhado perante aquela atitude, oferece-lhe o perdão se lhe entregasse os livros sagrados. Mas a valentia do mártir é inexpugnável Exasperado novamente o Prefeito, mandou aplicar-lhe o supremo tormento, colocá-lo sobre um leito de ferro incandescente. Nada pode abater a fortaleza do mártir que, recordando a seu amigo São Lourenço, sofre o tormento sem se queixar e gracejando entre as chamas. O atiraram então a um calabouço sinistro, escuro e fétido "um lugar mais negro que as próprias trevas", diz Prudêncio. Em seguida apresenta o poeta um coro de anjos que vem consolar o mártir. Iluminam o antro horrível, cobrem o chão de flores, e alegram as trevas com suas harmonias. Até o carcereiro, comovido, converte-se e confessa a Cristo. Daciano manda curar o mártir para submetê-lo novamente aos tormentos. Os cristãos se apressam para curá-lo. Mas apenas colocado em um leito, deixa o tirado frustrado, pois o espírito vencedor de Vicente voa ao paraíso. Era o mês de janeiro de 304.

Daciano ordena mutilar o corpo e atirá-lo ao mar. Mas as ondas piedosas o devolvem à terra para proclamar perante o mundo o Vicente o Invicto. Seu culto estendeu-se muito por toda a cristandade.

A Igreja o celebra dia 22 de janeiro.



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