Santo Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de
então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um
homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde,
pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os
quais garantiram e mantiveram até o final de sua vida graças às longas
penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento
estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.
Inspirado pelo Espírito Santo,
ele foi levado para a região no vale do Danúbio. Isso não quer dizer que o
lugar que Deus lhe indicou era o melhor. Pelo contrário, desafios econômicos e
políticos, falecimento do rei dos Hunos, Átila; destruição naquele lugar por
causa das invasões. Enfim, o povo estava perecendo. Para isso que São Severino
foi enviado, para ser sinal desse amor de Deus.
Severino foi capaz de ler as
entranhas dos acontecimentos, vendo nas invasões bárbaras o prenúncio de uma
nova época, a surgir do decadente Império. Por isso ele se sente impelido a
levar a Boa Nova do Evangelho aos jovens povos bárbaros. A sua caridade
concreta, sua integridade de vida, sua fé profunda sensibilizam o coração dos
bárbaros, a começar dos chefes. Flaciteu, rei dos rúgios, consultava-o com
freqüência e nada fazia sem o seu conselho.
É muito fácil seguir os passos
de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e
da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de
acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar
entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em
Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.
Esse seu ministério apostólico
itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros.
Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades
sobre sua futura destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por
exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas
mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe
dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de
Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes
assassinados.
Grande influência ele exerceu
pela sua vida de virtudes, de oração e penitência. Fundou vários mosteiros e
foi sinal de discernimento para tantas pessoas que queriam se consagrar
totalmente a Deus. Ele não fugiu do mundo; pelo contrário, retirou-se por causa
do amor de Deus e de toda a humanidade. Quantas vezes, São Severino deixou a
sua vida monástica para ir ao encontro de reis, porque, se o rei dos Hunos havia
falecido, muitas tribos bárbaras queriam invadir aquelas regiões. Em prol da
evangelização, São Severino foi se desdobrando, seus mosteiros se tornaram
verdadeiros faróis de uma nova cultura, de uma civilização centrada em Deus.
Suas armas: oração e diálogo.
São
Severino era considerado a voz de Deus nos períodos difíceis do povo. Morreu no
dia 08 de janeiro de 482
pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia, (o 150): "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".
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