Lourenço Maurício nasceu no dia 05 de junho de 1686, em Santhiá,
província de Vercelli, Itália. Era o quarto de seis filhos, da rica família dos
Belvisotti, cristã, bem posicionada e muito conceituada socialmente. Aos sete
anos ficou órfão de pai, mas a sua mãe cuidou para que os filhos recebessem uma
excelente instrução através de um sacerdote piedoso. Assim, além de uma
formação literária invejável, ele cresceu na oração e amadureceu a sua vocação
sacerdotal.
Completou os estudos
teológicos em Vercelli, no ano de 1710. Depois de seis anos de frutuoso
ministério sacerdotal, entrou na ordem dos Frades Capuchinhos, emitindo os
votos religiosos em 1717 e tomando o nome de frei Inácio. Desde então foi
enviado para vários Conventos, sempre obediente e honrado por poder servir os
irmãos da Ordem com a sua humilde pessoa.
Inácio de Santhiá foi enviado
para Turim-Monte, em 1727 para ser: prefeito de sacristia e confessor dos
padres seculares e dos fiéis paroquianos, tarefa que desempenhou também nos
últimos vinte e quatro anos de vida. Neste ministério demonstrou toda sua
caridade paterna, sabedoria e ciência, adquiridas nos livros e através das
orações contemplativas. Dedicava os seus dias inteiramente ao serviço do
confessionário. Com isto, a sua fama de bom conselheiro espiritual se difundiu
rapidamente, trazendo para a paróquia uma grande quantidade de religiosos,
sacerdotes e fiéis desejosos de uma verdadeira orientação no caminho da
santidade. A todos recebia com a maior caridade, porque os pecadores eram os filhos
mais doentes e, necessitados de acolhida e compreensão. Passou a ser chamado
de: "padre dos pecadores e dos desesperados".
Mas em 1731 o seu bom conceito
de guia experiente e sábio, o levou à ocupar os cargos de mestre dos noviços e
vigário do convento de Mondoví. Alí também a sua fama de santidade se espalhou
entre a população, entusiasmando especialmente os jovens. Durante catorze anos
Inácio ficou na direção do noviciado de Mondovì. Sua única intenção era formar
os jovens para a vida, a mortificação, a penitência, e instruía, corrigia e
encorajava com atenção e palavras amorosas, fazendo o caminho difícil se tornar
ameno. A sua função de mestre dos noviços só foi interrompida devido a uma
grave doença nos olhos, que quase o cegou. Por isto regressou à Turim, no final
de 1744, para receber o tratamento adequado.
Foi
assim que o frei Inácio retomou o seu apostolado do confessionário, exercido
até os seus últimos dias. Morreu com sua fama de santidade no dia 21 de
setembro de 1770 em admirável tranqüilidade. A notícia se espalhou rapidamente
e uma multidão de fieis, de todas as classes sociais, acorreu para saudar pela
última vez o "santinho do Monte", como era chamado. Os milagres
atribuídos à sua intercessão logo surgiram e o seu culto ganhou vigor entre os
devotos. Até que em 1966, o Papa Paulo VI declarou Beato, Inácio de Santhiá,
para ser venerado no dia seguinte à data de sua morte.
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