sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Santa Efigênia

Efigênia ou Ifigênia, como também é conhecida, de acordo com o livro de Jacobo de Vorágine, A Lenda Dourada, era filha do rei etíope Eggipus. Segundo consta, esta ilustre família real foi convertida pelo Apóstolo Mateus e quando o rei Eggipus morreu, o príncipe reinante quis casar-se com Efigênia, que recusou tal pedido por desejar entregar-se inteiramente a Deus.

Ela foi dedicada a Deus por Mateus, o Evangelista. Quando Hirtacus sucedeu o pai da santa no poder, o então soberano prometeu que daria metade de seu reino ao apóstolo caso persuadisse a filha do falecido monarca a se casar com ele. Mateus, então, convidou o rei a acompanhar a missa de domingo. Aproveitando que ele ali se encontrava, explicou-lhe que não poderia permitir que a jovem virgem firmasse matrimônio com ele, pois ela fora consagrada ao Senhor. Enfurecido, Hirtacus então mandou seus homens matarem Mateus aos pés do altar, o que o transformou num mártir da fé cristã.
                      
Efigênia esperava também que lhe fosse dado segui-lo, na gloria do Martírio, porque tendo rejeitado com firmeza a proposta do tirano de aceita-lo como esposo, entendia que o castigo de tão virtuosa resistência havia de ser o seu sangue derramado.

Entristecida com o mártirio de São Mateus vendeu todos os seus bens e mandou construir um suntuoso templo em honra do Apóstolo.

Ainda descontente com a morte de Mateus, o tirano mandou por fogo no Convento onde a santa Princesa residia com suas companheiras. As armas da defesa que tomaram forma as orações: pediu a Deus, não a conservação de sua vida, mas o castigo de Hirtaco que merecia, pela irreverência que fazia ao Sagrado Templo. Imediatamente com assombro geral se extinguiu e desapareceu das paredes do Convento o artificioso incêndio e por mão invisível se ateou fogo no Palácio do Tirano, uma chama tão repentina e forte que em breve o palácio e o tempo foram reduzidos a cinzas, deixando nele apenas as ruínas. Completando o castigo divino, o filho de Hirtacus foi possesso pelo demônio e ele próprio contraiu lepra, vindo logo a se matar.

Então, o povo aclamou o irmão da santa como seu rei. Ele reinou por setenta anos e foi sucedido por seu filho, que, por sua vez, mandou construir pela Etiópia muitas igrejas cristãs.

A morte para uma fiel esposa de Jesus Cristo é a união completa com o seu bem amado. Para a gloriosa Santa Efigênia chegara o momento de unir-se ao seu querido esposo. Como São Paulo ela havia combatido o bom combate. A semelhança de Francisco de Assis ela só vivia para Jesus. Vivendo toda absorta em Deus, a bem aventurada donzela teve do Céu um aviso, de que era chegado o tempo de passar das trevas do mundo a claridade do Paraíso, feliz pátria dos justos! Recebeu Efigênia esta noticia como a mais agradável e jubilosa alegria. Nada mostrou de tristeza. Começou a dispor de tudo, até que uma aguda e mortal enfermidade serviu para todas as suas companheiras de aviso de que a sua Mestra e Prelada dentro em breve não mais seria deste mundo.

Já nas ultimas semanas de sua vida, a auréola dos Santos brilhava ao redor de sua fonte. Recebeu toda a ternura e a devoção do Sagrado Viático. Permaneceu absorta em contemplação durante todo o dia e como que inebriada por esse sangue de Vida que pela ultima vez, na terra, acabava de haurir.
Exalou seu puríssimo espírito, tomando dele posse o Divino Esposo, para colocar na Gloria. Um perfume suave a espalhou-se, imediatamente, por todo o Convento. Ouvia-se nos ares, um coro de vozes celestiais, cantando as palavras: "Abandonei o reino do mundo pelo amor do Nosso Senhor Jesus Cristo” “Regnun Mundi contempsi, propter amorem Domini Nostri Jesus Chiristi”.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 21 de setembro.



.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...