Não se sabe exatamente se foi em Isaúria ou na
Licaônia, Turquia, o local onde a virgem mártir Tecla nasceu. O que se sabe é que é uma das figuras mais
importantes dos tempos apostólicos, muito celebrada entre os gregos.
Tudo começou quando, um dia, ao ouvir uma
conversa sobre o valor da castidade entre o apóstolo Paulo e seu anfitrião
Onesíforo, a jovem e pagã Tecla foi tocada no coração pelo discurso do santo.
Ficou tão impressionada que, naquele exato momento, resolveu não mais casar-se.
Mas o faria muito em breve, pois havia sido prometida a um jovem de nome
Tamiris.
Quando a jovem resolveu desmanchar o casamento,
tanto sua família como a do noivo fizeram de tudo para demovê-la da idéia.
Tecla, porém, manteve-se firme na convicção de converter-se. Isso despertou a
ira de seu noivo, que conseguiu a prisão e a tortura de são Paulo por
influenciar a jovem, o que eles consideravam ser uma atitude demoníaca por parte
do apóstolo.
Nem assim Tamiris conseguiu que Tecla
abandonasse os ensinamento de Cristo, que agora seguia. Ela foi, algumas vezes,
procurar Paulo no cárcere, para dar-lhe apoio e solidariedade. Com essa
atitude, deixou seu ex-noivo ainda mais irado. Como conseqüência, ele a
denunciou para o procônsul, que a sentenciou à morte na fogueira. Mas a
condenação resultou numa surpresa: as chamas não a queimaram.
Algum tempo depois, Tecla foi novamente julgada
e condenada à morte, só que, agora, seria atirada às feras, diante do povo no
Circo. Mais uma vez o prodígio se realizou e as feras deixaram-se acariciar por
ela, cujas mãos lambiam mansamente. Pareciam mais com gatinhos do que com
ferozes tigres e leopardos selvagens. Por fim, Tecla foi jogada dentro de uma
escura caverna cheia de serpentes venenosas. De novo, nada lhe aconteceu.
Conta uma da mais antigas tradições cristãs que
Tecla morreu aos noventa anos de idade, em Selêucia, moderna Selefkie, na Ásia
Menor, depois de conseguir a conversão de muitos pagãos. O corpo de santa Tecla
teria sido sepultado nessa cidade, onde, depois, os imperadores cristãos
mandaram erguer uma igreja dedicada à sua memória.
Santa Tecla é invocada
pelos fiéis devotos como a padroeira dos agonizantes e também solicitada para
interceder por eles contra os males da vista. A Igreja confirmou o seu culto
pela tradição dos fiéis e manteve o dia em que já habitualmente sua festa é
realizada,
no caso, 23 de setembro.
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