quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Santa Lúcia de Siracusa ou Santa Luzia

Santa Lúcia de Siracusa. Mais conhecida simplesmente por Santa Luzia (santa de luz), segundo a tradição da Igreja Católica, foi uma jovem siciliana, nascida numa família rica de Siracusa.

Luzia nasceu na cidade italiana de Siracusa. Era de uma família rica e cristã. Era considerada como uma das jovens mais belas de sua cidade. Seu pai morrera quando ela tinha 5 anos. Sua mãe sofria de graves hemorragias internas. Luzia tinha uma grande convicção cristã, a que a fez consagrar-se ao Senhor Jesus, e oferecer sua virgindade perpetuamente.

Um dia ela e sua mãe foram peregrinar a cidade onde se encontrava o corpo da Grande Santa Águeda, que morrera por não se converter aos ídolos. O Evangelho pregado na Santa Missa desse dia foi o da mulher que sofria com hemorragias internas iguais a da mãe de Luzia. Luzia então pensou: "Se aquela mulher ao tocar nas vestes do Senhor ficou curada, será que Santa Águeda não pedirá ao Senhor que cura minha mãe da mesma forma daquela mulher?"

Ela então disse a sua mãe que esperassem todos saírem da Igreja, para elas irem rezar junto ao corpo da Santa. Durante esse meio tempo Luzia dormiu, e em êxtase sonhou que anjos rodeavam Santa Águeda, e que a mesma disse-lhe: "Luzia minha irmã, porque pedes a mim uma coisa que tu mesma podes conceder?" Luzia rapidamente saiu do êxtase e despertou do sonhou. Foi procurar sua mãe a qual disse-lhe que tinha sido curada. Luzia aproveitou esse momento para revelar a mãe que tinha feito um voto de virgindade a Jesus, e que iria distribuir todos os seus bens aos pobres. Sua mãe disse: "Luzia minha filha tudo o que é meu e de seu falecido pai é teu, por isso faça o que queres."

Ao chegar em casa elas começaram a distribuir todos os seus bens aos pobres. Um jovem muito rico e pagão, politeísta de nascença, que já era apaixonado por Luzia foi perguntar a mãe da mesma o motivo de tanto esbanjamento de dinheiro. Em resposta, a mãe de Luzia disse: "Luzia é muito providente, ela achou bens muito mais valiosos do que esses e por isso é que estamos fazendo isso." O jovem entendeu como quis e voltou para casa. Os dias se passavam e Luzia e sua mãe devam mais e mais dinheiro aos necessitados, e por isso o jovem logo teve a certeza que Luzia era cristã. Ele a denunciou a corte imperial, que mandou chamá-la e tentou persuadir-la e se converter aos ídolos. Luzia se mostrou cheia do Espírito Santo em frente ao imperador Diocleciano. Ele vendo que nada a convertia fez inúmeras coisas cruéis com ela.

Diocleciano vendo que nada a convertia mandou colocá-la na casa de prostituição. A partir daí começou-se uma série de milagres:

1º milagre: Quando tentaram colocá-la na casa de prostituição, ninguém conseguia tira-la dali (do lugar onde estava sendo feito o julgamento). Nem mesmo uma junta de bois conseguiu. Os soldados saiam envergonhados por não conseguir tirar Luzia dali. Seus pés eram como se tivesse fincados no chão, como raízes de plantas. (As virgens naquele tempo tinham mais medo de perder a virgindade do que uma cova cheia de Leões).

2º milagre: Tentaram depois, colocar fogo em seu corpo, mas Luzia fez a seguinte oração: "Ó Senhor Deus, Jesus Cristo meu Rei, não deixai que essas chamas me façam mal algum." As chamas não queimaram Luzia, nem mesmo deixaram vermelhidão no seu corpo, e por isso a retiraram de dentro do fogo. Depois disso vem o terceiro milagre, é por causa desse milagre que ela é considerada a Santa dos Olhos e das Doenças da Vista.

3º milagre: Aí como tudo isso não tinha dado certo, fizeram o castigo mais cruel depois da degolação. Luzia não convertia de jeito nenhum aos falsos deuses, e por isso um soldado, a mando do imperador, arrancou-lhe os olhos de sua face, e entregou os olhos em um prato a Luzia, mas milagrosamente ao entregar o prato com os olhos de Luzia, no rosto da mesma, nasceram-lhe dois lindos olhos, sãos e perfeitos e mais lindos do que os outros. Vendo que nada a convencia de converte-se ao paganismo, deceparam sua cabeça no momento que Luzia dizia: "Deus com o meu martírio quero te glorificar e te exaltar para todo o sempre. Amém." No mesmo instante sua cabeça rolou pelo o chão. Era 13 de Dezembro do ano de 304 D.C. Os cristãos recolheram seu corpo virginal e a sepultaram nas catacumbas de Roma. Sua fama de Santa se espalhou por toda a Itália e Europa, e a partir daí começou-se a grande devoção a Santa Luzia de Siracusa.

Existe outra versão sobre a atribuição de Santa Luzia ser a padroeira de quem tem problemas de visão. O episódio da cegueira, ao qual a iconografia a representa, deve estar ligada ao seu nome Luzia (Lúcia) derivada de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui-lhe a função de graça iluminadora.

É assim a padroeira dos oftalmologistas e daqueles que têm problemas de visão. Sua própria festa é celebrada simbolicamente em 13 de dezembro, possivelmente doze dias antes do Natal para indicar ao cristão a necessidade de preparação espiritual e sua iluminação correspondente para essa importante data que se avizinha.



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