Santa Bárbara foi,
segundo as tradições católicas, uma jovem nascida na cidade de Nicomédia (na
região da Bitínia), atual Izmit, Turquia nas margens do Mar de Mármara, isto
nos fins do século III da Era cristã. Esta jovem era a filha única de um rico e
nobre habitante desta cidade do Império Romano chamado Dióscoro.
Por ser filha única e com
receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro
decidiu fechá-la numa torre. Santa Bárbara na sua solidão, tinha a mata virgem
como quintal, e, segunda alegam as tradições, "questionava-se" se de
fato, tudo aquilo era criação dos ídolos que aprendera a cultuar com seus
tutores naquela torre.
Por ser muito bela e, acima de
tudo rica, não lhe faltavam pretendentes para casamentos, mas Bárbara não
aceitava nenhum.
Desconcertado diante da
cidade, Dióscoro estava convencido que as "desfeitas" da filha
justificavam-se pelo fato dela ter ficado trancada muitos anos na torre. Então,
ele permitiu que ela fosse conhecer a cidade; durante essa visita ela teve
contato com cristãos, que lhe contaram sobre os alegados ideais de Jesus sobre
o mistério da união da Santíssima Trindade. Pouco tempo depois, um padre vindo
de Alexandria lhe deu o Batismo.
O coração da Jovem Bárbara
sentia-se dilacerado entre amores opostos: o dos pais de uma parte e o de
Cristo, amor supremo, de outra. Verificou-se nela a palavra do Divino Mestre:
"Não julgueis que vim trazer a paz
à terra. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe,
e os inimigos do homem serão as pessoas da própria casa" (Mt10,34-36).
Em certa ocasião, segundo
contam as tradições católicas, seu pai decidiu construir uma casa de banho com
duas janelas para Bárbara. Todavia, dias mais tarde, ele viu-se obrigado a
fazer uma longa viagem. Enquanto Dióscoro viajava, sua filha ordenou a construção
de uma terceira janela na torre, visto que a casa de banho ficaria na torre.
Além disso, ela esculpira uma cruz sobre a fonte.
O seu pai Dióscoro, quando
voltou, reparou que a torre onde tinha trancado a filha tinha agora três
janelas em vez das duas que ele mandara abrir. Ao perguntar à filha o porquê
das três janelas, ela explicou-lhe que isso era o símbolo da sua nova Fé. Este
fato deixou o pai furioso, pois ela se recusava a seguir a fé dos Deuses do
Olimpo.
"Debaixo de um
impulso", como alegam as tradições, "e obedecendo à sua fé, o pai
denunciou-a ao Prefeito Martiniano. Este mandou-a torturar numa tentativa de a
fazer mudar de idéias, fato que não aconteceu. Assim Marcius condenou-a à morte
por degolação".
Bárbara suportou o processo
com firmeza e altivez cristã, protestando sua fidelidade a Cristo, a quem tinha
consagrado sua virgindade. Era o tempo do imperador Maximiano, nos primeiros
anos do século IV. O juiz, vendo a obstinação da jovem cristã em professar a
fé, mandou aplicar-lhe cruéis torturas, mas suas feridas sempre apareciam
curadas. Pronunciou, então, sua sentença de morte.
Durante sua tortura em praça
pública, uma jovem cristã de nome Juliana denunciou os nomes dos carrascos, e
imediatamente foi presa e entregue à morte juntamente com Bárbara.
Ambas foram, segundo alegam os
católicos, levadas pelas ruas de Nicomédia por entre os gritos de raiva da
multidão. Bárbara, segundo alega-se, teve os "seios cortados, depois foi
conduzida para fora da cidade onde o próprio pai, Dióscoro, furioso em seu cego
paganismo, decepcionado em seus interesses, num excesso de barbárie,
prontificou-se para executar a sentença: atirou-se contra a filha, que se
colocou de joelhos em atitude de oração, e lhe decepou a cabeça. um imenso trovão
ribombou pelos ares fazendo tremer os céus.
Logo após ter praticado seu assombroso
crime, desencadeou-se uma formidável tempestade e um relâmpago brilhou pelos
ares e atravessando o céu atingiu a cabeça de seu pai. Esse caiu em terra já sem
vida.
Esta
santa é invocada, sobretudo, como protetora contra a morte trágica e contra os
perigos de explosões, de raios e tempestades. Na iconografia cristã Santa
Bárbara é geralmente apresentada como uma virgem, alta, majestosa, com uma
palma significando o martírio, um cálice como símbolo de sua proteção em favor
dos moribundos e ao lado uma espada, instrumento de sua morte.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário