João Batista (Judéia, 2
a.C. — 27 d.C.) foi um pregador judeu do início do século I.
Segundo a narração do Evangelho
de São Lucas, João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou
Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e é considerado,
principalmente pelos cristãos ortodoxos, como o "precursor" do
prometido Messias, Jesus Cristo. Batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio
Jordão, e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos,
que mais tarde foram adotados pelo cristianismo.
João nasceu numa pequena
aldeia chamada Aim Karim, a cerca de seis quilômetros lineares de distância a
oeste de Jerusalém. Segundo interpretações do Evangelho de Lucas, era um nazireu
de nascimento. Outros documentos defendem que pertencia à facção nazarita da
Palestina, integrando-a na puberdade, era considerado, por muitos, um homem
consagrado. De acordo com a cronologia neste artigo, João teria nascido no ano 7
a.C.; os historiadores religiosos tendem a aproximar esta data do ano 1º,
apontando-a para 2 a.C.
Como era prática ritual entre
os judeus, o seu pai Zacarias teria procedido à cerimónia da circuncisão, ao
oitavo dia de vida do menino. A sua educação foi grandemente influenciada pelas
acções religiosas e pela vida no templo, uma vez que o seu pai era um sacerdote
e a sua mãe pertencia a uma sociedade chamada "as filhas de Araão",
as quais cumpriam com determinados procedimentos importantes na sociedade
religiosa da altura.
Aos 6 anos de idade, de acordo
com a educação sistemática judaica, todos os meninos deveriam iniciar a sua
aprendizagem "escolar". Em Judá não existia uma escola, pelo que terá
sido o seu pai e a sua mãe a ensiná-lo a ler e a escrever, e a instruí-lo nas atividades
regulares.
Aos 14 anos há uma mudança no
ensino. Os meninos, graduados nas escolas da sinagoga, iniciam um novo ciclo na
sua educação. Como não existia uma escola em Judá, os seus pais terão decidido
levar João a Engedi (atual Qumram) com o fito de este ser iniciado na educação nazarita.
É perspectiva comum que a
principal influência na vida de João terá sido o registros que lhe chegaram
sobre o profeta Elias. Mesmo a sua forma de vestir com peles de animais e o seu
método de exortação nos seus discursos públicos, demonstravam uma admiração
pelos métodos antepassados do profeta Elias. Foi muitas vezes chamado de
“encarnação de Elias” e o Novo Testamento, pelas palavras de Lucas, refere
mesmo que existia uma incidência do Espírito de Elias nas acções de João.
O Discurso principal de João
era a respeito da vinda do Messias. Grandemente esperado por todos os judeus, o
Messias era a fonte de todas as esperanças deste povo em restaurar a sua
dignidade como nação independente. Os judeus defendiam a idéia de a sua nacionalidade
ter iniciado com Abraão, e que esta atingiria o seu ponto culminar com achegada
do Messias. João advertia os judeus e convertia gentios, e isto o tornou amado
por uns e desprezado por outros.
O aprisionamento de João
ocorreu na Pereia, a mando do Rei Herodes Antipas I no 6º mês do ano 26 d.C.
Ele foi levado para a fortaleza de Macaeros (Maqueronte), onde foi mantido por
dez meses até ao dia de sua morte. O motivo desse aprisionamento apontava para
a liderança de uma revolução. Herodias, por intermédio de sua filha,
tradicionalmente chamada de Salomé, conseguiu coagir o Rei na morte de João, e
a sua cabeça foi-lhe entregue numa bandeja de prata.
Os discípulos de João trataram
do sepultamento do seu corpo e de anunciar a sua morte ao seu primo Jesus.
Sua
festa litúrgica é comemorada no dia 24 de junho a sua natividade e no dia 29 de agosto o seu martírio.
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