segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Santa Mônica de Hipona


Mónica significa dedicada à oração e à vida espiritual.

Santa Mónica é famosa por ter sido mãe de Santo Agostinho e por ter conseguido a conversão de seu filho.
               
Mónica nasceu em Tagaste (África do Norte) a uns 100 quilómetros da cidade de Cartago no ano 332. Seus pais encomendaram a formação de suas filhas a uma mulher muito religiosa mas de muito forte disciplina.

Ela desejava dedicar-se à vida de oração e da solidão (como seu nome indica) mas seus pais dispuseram que tinham que casar-se com um homem chamado Patrício.

Este era um bom trabalhador, mas com um terrível mal génio, e além disso mulherengo, jogador e sem religião e nem gosto pelo espiritual.

A fez sofrer o que não está escrito e por trinta anos ela teve que aguentar os tremendos estalidos de ira de seu marido que gritava pelo menor motivo, mas este jamais se atreveu a levantar a mão contra ela. Tiveram três filhos: dois homens e uma mulher. Os dois menores foram sua alegria e consolo, mas o mais velho Agostinho, a fez sofrer por dezenas de anos.

Naquela região do norte da África, onde as pessoas eram sumamente agressivas, as demais esposas perguntavam a Mónica porque seu marido era um dos homens de pior génio em toda a cidade, mas não a agredia nunca, e ao contrário os esposos delas as agrediam sem compaixão.

Mónica respondeu-lhes: "É que quando meu marido está de mal humor, eu me esforço para estar de bom humor. quando ele grita, eu me calo. E como para brigar precisam de dois e eu não aceito a briga... não brigamos". Esta formula fez-se célebre no mundo e serviu a milhões de mulheres para manter a paz em casa.

Patrício não era católico, e ainda que criticasse o muito rezar de sua esposa e sua generosidade tão grande com os pobres, nunca se opunha a que ela se dedicasse a estas boas obras, e quiçá por isso mesmo conseguiu sua conversão.

Mónica rezava e oferecia sacrifícios por seu marido e ao fim alcançou de Deus a graça de que no ano 371 Patrício se deixasse baptizar, e que o mesmo o fez a sogra, mulher terrivelmente colérica que por meter-se demasiadamente no lar de sua nora tinha amargado a vida da pobre Mónica. Um ano depois de seu baptismo, morreu santamente Patrício, deixando a pobre viúva com o problema do filho mais velho.

Patrício e Mónica tinham se dado conta de que seu filho mais velho era extraordinariamente inteligente, e por isso o enviaram à capital do estado, a cidade de Cartago, para estudar filosofia, literatura e oratória. Mas Agostinho teve a desgraça de que seu pai não se interessasse por seus progressos espirituais. Somente lhe importava que tirasse boas notas, que brilhasse nas festas sociais e que se sobressaísse nos exercícios físicos, mas sobre a salvação de sua alma, não e interessava nem lhe ajudava em nada. E isto foi fatal para ele, pois foi caindo de mal a pior em pecados e erros.

Quando seu pai morreu, Agostinho tinha 17 anos e começaram a chegar a Mónica notícias cada vez piores, de que o jovem levava uma vida pouco santa. Em uma doença, frente o temor da morte, se fez instruir sobre a religião e propôs tornar-se católico, mas ao ser curado da doença abandonou o propósito de fazê-lo. Finalmente, tornou-se sócio de uma seita chamada dos Maniqueus, que afirmavam que o mundo não tinha sido feito por Deus, mas pelo Diabo. Mónica era bondosa mas não covarde, nem frouxa, ao voltar seu filho de férias e começar a ouvir as barbaridades contra a verdadeira religião, o expulsou sem mais de casa e fechou-lhe as portas, porque sob seu teto não queria abrigar a inimigos de Deus.

Mas aconteceu que nestes dias Mónica teve um sonho em que viu que ela estava em um bosque chorando pela perda espiritual de seu filho e que nesse momento se aproximava dela um personagem muito resplandecente e lhe dizia: "teu filho voltará contigo" e em seguida viu a Agostinho junto a ela. Narrou ao garoto o sonho tido e ele disse, cheio de orgulho, que isso significava que ela ia se tornar maniqueísta como ele. Mas ela respondeu-lhe: "No sonho não me disseram, mãe irá com seu filho, mas teu filho voltará contigo". Esta hábil resposta impressionou muito a seu filho, que mais tarde a considerava como uma inspiração do céu. Isto aconteceu no ano 437.
Faltavam 9 anos para que Agostinho se convertesse.

Por muitos séculos foi muito comentada a bela resposta que um bispo deu a Mónica quando ela lhe contou que passou anos e anos rezando, oferecendo sacrifícios e fazendo rezar a sacerdotes e amigos pela conversão de Agostinho. O bispo respondeu-lhe: "Fique tranquila, é impossível que se perda o Filho de tantas lágrimas". Esta admirável resposta e o que tinha escutado em sonho, a enchia de consolo e esperança, apesar de que Agostinho não dava o menor sinal de arrependimento.

Quando tinha 29 anos, o jovem decidiu ir a Roma a dar aulas. Já era um doutor. A mãe se propôs em ir com ele para livrá-lo de todos os perigos morais. Mas Agostinho fez uma armadilha para a mãe (da qual se arrependeu muito mais tarde). Ao chegar junto ao mar Mónica lhe disse que fosse rezar no templo, enquanto ia visitar a um amigo, e o que fez foi subir no barco e sair rumo a Roma, deixando-a sozinha, mas Mónica não era uma mulher fraca para se deixar derrotar facilmente. Tomou outro barco e se dirigiu a Roma.

Em Milão: Mónica se encontrou com o Santo mais famoso da época, Santo Ambrósio, arcebispo dessa cidade. Nele encontrou um verdadeiro pai cheio de bondade e de sabedoria que foi guiando-a com seus prudentes conselhos.

Além disso, Agostinho ficou impressionado por sua enorme sabedoria e a poderosa personalidade de Santo Ambrósio e começou a escutá-lo com profundo carinho e a mudar suas ideias e entusiasmar-se pela fé católica.

E aconteceu que no ano 387, Agostinho, ao ler umas frases de São Paulo sentiu a impressão extraordinária e se propôs a mudar de vida. Enviou longe a mulher com a qual vivia em união livre , deixou seus vícios e maus costumes. Se fez instruir na religião e na festa da Páscoa da Ressurreição desse anos fez-se baptizar.
Agostinho, agora convertido, dispôs voltar com sua mãe e seu irmão, a sua terra, na África, e foram ao porte de Ostia a esperar o barco.

Mas Mónica já tinha conseguido tudo o que esperava nesta vida, que era a conversão de seu filho. Já poderia morrer tranquila. E aconteceu que estando aí em uma casa junto ao mar, à noite ao ver o céu estrelado conversando com Agostinho sobre como serão as alegrias que teria no céu ambos se emocionavam comentando e meditando as alegrias celestiais que os esperavam. Em determinado momento exclamou entusiasmada: "E a mim, o que mais pode me amarrar à terra? Já obtive meu grande desejo, o ver-te cristão católico. Tudo o que desejava consegui de Deus". Pouco depois invadiu-lhe uma febre, e em poucos dias se agravou e morreu. A única coisa que pediu a seus dois filhos é que não deixassem de rezar pelo descanso de sua alma. Morreu em 387 aos 55 anos de idade.

Santa Mônica foi canonizada não por ter operado milagres ou por ser mártir, mas sim por ter sido, alegadamente, a "responsável pela conversão de seu filho" mostrando empenho em ensinar condutas cristãs como moral, pudor e mansidão, mostrando a intervenção feminina no interior da família, pois foi o meio, através da oração, que contribuiu para a vida religiosa do filho.

Milhares de mães e de esposas encomendaram-se em todos estes séculos a Santa Mónica, para que as ajude a converter a seus maridos e filhos, e conseguiram conversões admiráveis. Seu corpo foi "descoberto" em 1430 e transferido para Roma, onde mais tarde uma igreja lhe foi dedicada.

Sua festa litúrgica acontece no dia 27 de agosto e se tornou padroeira dos pais que intercedem pela conversão dos filhos.



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