No final do primeiro milênio,
a Europa foi invadida pelos bárbaros nômades vindos da Ásia, que acabaram
dominados pelos reis da Alemanha e da França. As tribos magiares, como eram
chamadas, se instalaram na região da Panônia, atual Hungria e lá conheceram o
cristianismo. A partir deste contato, aos poucos, foram se convertendo e
abraçaram a religião católica.
O duque Gesa casando com uma
princesa cristã, permitiu que os filhos fossem educados no seguimento de
Cristo. O seu primogênito Vaik, que nascera em 969, ao completar dez de idade,
foi batizado e recebeu o nome Estevão. Nesta cerimônia, o futuro herdeiro do
trono teve a felicidade de ver seu pai, convertido, recebendo o mesmo
Sacramento.
Mas o velho rei morreu sem
conseguir o que mais desejava, unir seu povo numa única nação cristã. Este
mérito ficou para seu filho Estevão I, que passou para a História da Humanidade
como um excelente estadista, pois unificou as trinta e nove tribos, até então
hostis entre si, fundando o povo húngaro. Ele também consolidou o cristianismo
como única religião deste povo e ingressou para o elenco dos "reis
apostólicos".
Ele se casou com a piedosa e
culta princesa Gisela, irmã do imperador da Baviera, Henrique II, agora todos
venerados pela Igreja. Tendo como orientador espiritual e conselheiro o Bispo
de Praga, Adalberto, confiou aos monges beneditinos de Cluny a missão de
ensinar ao povo a doutrina cristã. Depois conseguiu do Papa Silvestre II a
fundação de uma hierarquia autônoma para a Igreja húngara. Para tanto enviou à
Roma o monge Astric, que este Papa consagrou Bispo com a função de consagrar
outros Bispos húngaros.
Com o auxílio da rainha
Gisela, Estevão I fundou muitos mosteiros e espalhou inúmeras igrejas pelas
dioceses que foram surgindo. Caridoso e generoso criou hospitais, asilos e
creches para a população pobre. Atendendo especialmente os abandonados e
marginalizados. Humilde, ele fazia questão de tratar pessoalmente dos doentes,
tendo adquirido o dom da cura. Corajoso e diplomático soube consolidar as
relações com os países vizinhos, mesmo mantendo vínculos com o imperador de
Bizânico, adquirindo também o dom da sabedoria. Assim, transformou a nação
próspera e o povo húngaro num dos mais fervorosos seguidores da Igreja
Católica.
No
dia da Assunção de Maria, em 15 de agosto de 1038, o rei Estevão I morreu.
Logo, passou a ser venerado pelo povo húngaro, que fez do seu túmulo local de
intensa peregrinação de fieis, que iam agradecer ou pedir sua intercessão para
graças e milagres. A fama de sua santidade ganhou força no mundo cristão, sendo
incluído no Livro dos Santos em 1083, pelo Papa Gregório VII. A festa de Santo
Estevão da Hungria, após reforma do calendário da Igreja de Roma passou as ser
celebrada no dia 16 de agosto, um dia após a sua morte.
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