Santa Rosa de Lima (Lima,
30 de abril de 1586 – 24 de agosto de 1617), foi uma mística da Ordem Terceira Dominicana.
É a primeira santa da América
e padroeira do Peru e da América. Nascida em Quives, província de Lima no ano
de 1586, era descendente de conquistadores espanhóis. Seu nome de batismo era Isabel
Flores y Oliva, mas a extraordinária beleza da criança motivou a mudança do
nome de Isabel para Rosa, ao que ela acrescentou o de Santa Maria. Seus pais
eram Gaspar de Flores, espanhol arcabuz do Vice-Rei e Maria Oliva, limenha. Era
a terceira dos onze filhos do casal.
Seus pais antes ricos
tornaram-se pobres devido ao insucesso numa empresa de mineração e ela cresceu
na pobreza, trabalhando na terra e na costura até altas horas da noite para
ajudar no sustento da família. Cultivava as rosas de seu próprio jardim e as
vendia no mercado e por isso é tida como patrona das floristas. Diz-se que
tangia graciosa a viola e a harpa e tinha voz doce e melodiosa. Além de muito
bela, Rosa era tida como a moça mais virtuosa e prendada de Lima.
Foi pretendida pelos jovens
mais ricos e distintos de Lima e arredores, mas a todos rejeitou por amar a
Cristo como esposo. Em idade de casar, fez o voto de castidade e tomou o hábito
da Ordem Terceira Dominicana, após lutar contra o desejo contrário dos pais.
Construiu uma cela estreita e pobre no fundo do quintal da casa dos pais e
começou a ter vida religiosa, penitenciando seu corpo com jejuns e cilícios (tormento,
suplício) dolorosos e conta-se que utilizava muitas vezes um aro de prata guarnecido
com finco, semelhante a uma coroa de espinhos. Foi extremamente bondosa e
caridosa para com todos, especialmente para com os índios e negros, aos quais
prestava os serviços mais humildes em caso de doença.
Segundo os relatos de seus
biógrafos e dos amigos que a acompanharam, dentre eles seu confessor Frei Juan
de Lorenzana, por sua piedade e devoção Santa Rosa recebeu de Deus o dom dos
milagres. Era constantemente visitada pela Virgem Maria e pelo Menino Jesus,
que quis repousar certa vez entre seus braços e a coroou com uma grinalda de
rosas, que se tornou seus símbolo. Também é afirmado que tinha constantemente
junto a si seu Anjo da Guarda, com quem conversava. Ainda em vida lhe foram
atribuídos muitos favores; milagres de curas, conversões, propiciação das
chuvas e até mesmo o impedimento da invasão de Lima pelos piratas holandeses em
1615.
Apesar de agraciada com
experiências místicas fora do comum, nunca lhe faltou a cruz, a fim de que
compartilhasse dos sofrimentos do Divino Mestre: sofrimentos provindos de duras
incompreensões e perseguições e, nos últimos anos de vida, de sofrimentos
físicos, agudas dores devidas à prolongada doença que a levou à morte em 24 de
agosto de 1617, aos 31 anos de idade. Suas últimas palavras foram " Jesus
está comigo!" Seu sepultamento foi apoteótico e pranteado por todo o Vice
Reino do Peru e seu túmulo tornou-se palco de milagres, bem como também os
lugares onde viveu e trabalhou pela causa da Igreja. Foi a primeira santa canonizada
da América e proclamada padroeira da América Latina. Conta-se que o Papa
Clemente relutava em elevá-la aos altares, mas foi convencido após presenciar
uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu sobre ele, vinda do céu e que
atribuiu a Santa Rosa de Lima.
Dela disse o Cardeal Ratzinger:
De certa forma, essa mulher é uma personificação da Igreja da América
Latina: imersa em sofrimentos, desprovida de meios materiais e de um poder
significativos, mas tomada pelo íntimo ardor causado pela proximidade de Jesus
Cristo. (Homilia no Santuário de Santa Rosa de Lima, Peru, em 19 de julho
de 1986).
Foi canonizada no dia 2 de abril de 1671 por: Papa Clemente X.
Sua festa litúrgica acontece no dia 23 de agosto.
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