Santo Augustinho de Hippo ou Santo Agostinho.
Agostinho nasceu na cidade de Tagaste,
província de Souk Ahras, na época uma província romana no norte da África, na
atual Argélia, filho de pai pagão, chamado Patrício e mãe, Santa Mônica. Foi
educado no norte da África e resistiu aos ensinamentos de sua mãe para se
tornar cristão.
Agostinho era de ascendência berbere.
Com onze anos de idade, foi enviado para a escola em Madaura, uma pequena
cidade da Numídia. Lá ele tornou-se familiarizado com a literatura latina, bem
como práticas e crenças do paganismo. Em 369 e 370, ele permaneceu em casa.
Durante esse período ele leu o
diálogo Hortensius de Cícero (hoje perdido), que deixou uma impressão
duradoura sobre ele e despertou-lhe o interesse pela filosofia e passou a ser
um seguidor do maniqueísmo.
Com dezessete anos, graças à
generosidade de um concidadão, chamado Romaniano, o pai de Agostinho pode
enviá-lo para Cartago para continuar sua educação na retórica. Vivendo como um
pagão intelectual, ele tomou uma concubina; numa tenra idade, ele desenvolveu
uma relação estável com uma jovem em Cartago, com a qual teve um filho,
Adeodato.
Durante os anos 373 e 374,
Agostinho ensinou gramática em Tagaste. No ano seguinte, mudou-se para Cartago
a fim de ocupar o cargo de professor da cadeira municipal de retórica, e
permanecerá lá durante os próximos nove anos.
Desiludido pelo comportamento
indisciplinado dos alunos em Cartago, em 383, mudou-se para estabelecer uma
escola em Roma, onde ele acreditava que os melhores e mais brilhantes retóricos
ensinaram. No entanto, Agostinho ficou desapontado com as escolas romanas, que
ele encontrou apática. Quando chegou o momento para os seus alunos para pagar
os seus honorários eles simplesmente fugiram.
Amigos maniqueístas
apresentaram-lhe o prefeito da cidade de Roma, Symmachus, que tinha sido
solicitado a fornecer um professor de retórica imperial para o tribunal
provincial em Milão. Agostinho ganhou o emprego e ocupou o cargo no final de 384.
Enquanto ele estava em Milão,
Agostinho mudou de vida. Ainda em Cartago, começou a abandonar o maniqueísmo,
em parte devido a um decepcionante encontro com um chefe expoente da teologia
maniqueísta, Fausto.
Em Roma, ele relata ter
completamente se afastado do maniqueísmo, e abraçou o movimento cético da
Academia Neoplatónica. Sua mãe insistia para que ele se tornasse cristão e
também seus próprios estudos sobre o neoplatonismo também foram levando-o neste
sentido, e seu amigo Simplicianus instou-o dessa forma também. Mas foi a
oratória do bispo de Milão, Ambrósio, que teve mais influência sobre a
conversão de Agostinho.
A mãe de Agostinho havia-o
seguido para Milão e insistiu para que abandonasse a relação com a mulher com
quem vivia ilegalmente e procurasse outra para casar, conforme as leis do mundo
e a doutrina cristã. A amada foi mandada de volta para a África e Agostinho
deveria esperar dois anos para contrair casamento legal; mas logo ligou-se a uma
concubina.
No verão de 386, após ter lido
um relato da vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, que muito
inspirou-lhe, Agostinho sofreu uma profunda crise pessoal. Decidiu se converter
ao cristianismo católico, abandonar a sua carreira na retórica, encerrar sua
posição no ensino em Milão, desistir de qualquer ideia de casamento, e
dedicar-se inteiramente a servir a Deus e às práticas do sacerdócio.
A chave para esta
transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto estava em
seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, "Tolle, lege";
"tolle, lege" ("toma e lê"; "toma e ler").
Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em
13:13-14, onde lê-se: "Não caminheis em glutonerias e embriaguez, nem
em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do
Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus
apetites".
Ele narra em detalhes sua
jornada espiritual em sua famosa Confissões (Confessions), que se tornou
um clássico tanto da teologia cristã quanto da literatura mundial. Ambrósio
batizou Agostinho, juntamente com seu filho, Adeodato, na vigília da Páscoa, em
387, em Milão, e logo depois, em 388 ele retornou à África. Em seu caminho de
volta à África sua mãe morreu, e logo após também seu filho, deixando-o
sozinho, sem família.
Após o regresso ao Norte da
África, vendeu seu patrimônio e deu o dinheiro aos pobres. A única coisa com
que ele ficou foi a casa da família, que se converteu em uma fundação monástica
para si e um grupo de amigos.
Em 391, ele foi ordenado
sacerdote em Hipona (atual Annaba, na Argélia). Em 396, foi eleito bispo
coadjutor de Hipona (auxiliar, com o direito de sucessão depois da morte
do bispo corrente) e pouco depois bispo principal. Ele permaneceu nessa posição
em Hipona até sua morte em 430.
Agostinho foi canonizado por
reconhecimento popular e reconhecido como um Doutor da Igreja. Na Igreja
Católica, o seu dia é 28 de agosto, o dia no qual ele supostamente morreu. Ele
é considerado o santo padroeiro dos impressores, teólogos e de um grande número
de cidades e dioceses. Para os protestantes ou evangélicos, Agostinho é
referencial na história eclesiástica, pois foi um valoroso líder da Igreja
primitiva e deixou suas marcas como verdadeiro discípulo de Cristo.
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