No dia primeiro de maio de
1894, nasceu Helene, filha de Anton
e Maria Kafka, na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo, a
região chamava-se Moravia, e estava sob o governo do imperador austríaco
Francisco José. Em 1896, a família Kafka transferiu-se para Viena, capital do
Império Austro-Húngaro.
Helene concluiu os estudos e
formou-se enfermeira, com o desejo de tornar-se religiosa. No início,
conformou-se com a negativa dos pais, mas, ao completar vinte anos, ingressou
na Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, agora com a bênção da
família.
Como religiosa, adotou o nome
de irmã Maria Retistuta, o primeiro em homenagem a sua mãe e o segundo a uma
mártir do século I.
Mas logo recebeu o apelido
carinhoso de “irmã Resoluta”, pelo seu modo cordial e decidido e por sua
segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No
hospital de Modling, em Viena, a religiosa tornou-se uma referência para os
médicos, enfermeiras e, especialmente, para os doentes, aos quais soube
comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor.
Foram muitos anos que serviu a
Deus nos doentes, para os quais estava sempre disponível. Em março de 1938,
Hitler mandou o exército ocupar a Áustria. Viena tornou-se uma das bases
centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta colocou-se logo contrária a
toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que, sendo favorável à
vida, não apoiaria, jamais, o nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço.
Por isso, quando os nazistas
retiravam o crucifixo também das salas de cirurgia, ela, serenamente, o
recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando os nazistas. Como não se
submetia e muito menos se “dobrava”, os nazistas a eliminaram. Foi presa em
1942. E ela fez da prisão uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome de
sua consagração, ou seja, Restituta, aquela que foi restituída para Deus.
Irmã Resoluta esperou cinco
meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as
franciscanas, mandou uma mensagem: “Por
Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer”. E na frente dos assassinos
nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta
disse ao capelão: “Padre, faça-me na
testa o sinal da cruz”.
O
papa João Paulo II, em 1998, elevou irmã Maria Restituta Kafka aos altares para
ser reverenciada pela Igreja como bem-aventurada. A sua festa litúrgica foi
marcada para o dia 30 de outubro,
data em que foi decretada a sua sentença de morte.
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